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Guia Prático de Tradução Inglesa
Como evitar as armadilhas das falsas semelhanças
Agenor Soares dos Santos, Editora Campus/Elsevier, 2007, 860 páginas.
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Introdução
Entre os muitos desafios enfrentados por quem estuda inglês, poucos são tão marcantes quanto a tradução de palavras que parecem familiares, mas escondem armadilhas perigosas. Afinal, as línguas compartilham raízes históricas, sobretudo por causa do latim, mas nem sempre a semelhança na forma resulta em equivalência de significado. Por isso, um guia que esclarece essas diferenças torna-se ferramenta essencial para qualquer aprendiz.
Neste post, vamos apresentar o Guia Prático de Tradução Inglesa, explicar sua relevância, destacar sua estrutura, mostrar como ele pode auxiliar no aprendizado e analisar por que continua sendo uma referência indispensável, mesmo em tempos de tradutores automáticos. Além disso, discutiremos exemplos práticos de falsos cognatos e de escolhas estilísticas que podem impactar a comunicação em inglês.
A importância de obras de referência no aprendizado de inglês
Em princípio, é válido lembrar que aprender inglês vai muito além de decorar vocabulário ou conjugar verbos. O domínio real acontece quando o aluno entende as nuances de sentido, o peso cultural das expressões e as diferenças de registro. Nesse sentido, um dicionário especializado em tradução, como o Guia Prático de Tradução Inglesa, ocupa lugar de destaque.
Assim sendo, o estudante passa a ter contato com exemplos reais de uso, compreende os contextos em que determinada palavra deve ou não ser empregada e evita deslizes que poderiam comprometer a clareza da mensagem.
- The mayor was accused of being corrupt.
- O prefeito foi acusado de ser corrupto.
- The data had been corrupt and could no longer be trusted.
- Os dados estavam adulterados e não podiam mais ser considerados confiáveis.
Os dois exemplos acima mostram que corrupt não se limita a pessoas venais, mas pode também significar “alterado” ou “inutilizado”.
Breve histórico do Guia Prático de Tradução Inglesa
O Guia Prático de Tradução Inglesa foi lançado originalmente em 1981. Desde então, consolidou-se como um clássico entre estudantes, professores, tradutores e profissionais da comunicação. Embora tenha ficado fora do mercado por alguns anos, retornou em edição revisada, atualizada e ampliada, surpreendendo os leitores pela riqueza de detalhes e pela abordagem didática.
No entanto, sua importância não se resume à quantidade de verbetes. Acima de tudo, destaca-se pela metodologia: ao apresentar explicações claras, associadas a exemplos de jornais, revistas e livros, o guia mostra como a língua realmente funciona no dia a dia.
Estrutura da obra
Primeira parte: fundamentos teóricos
A primeira parte do guia traz explicações sobre gramática, semântica, estilística e uso. É nesse momento que o autor analisa os falsos cognatos, explica sua origem e mostra como eles podem enganar até estudantes avançados.
- Actual results differ from expectations.
- Os resultados reais diferem das expectativas.
Muitos brasileiros, a princípio, traduzem actual como “atual”, mas, nesse contexto, a palavra significa “real”.
Segunda parte: o dicionário propriamente dito
Posteriormente, o leitor encontra milhares de verbetes com definições e exemplos. Essa seção funciona como um dicionário bilíngue voltado especificamente para as armadilhas da tradução.
Além disso, o guia inclui observações sobre diferenças entre o inglês britânico e o americano.
- He was looking for trousers in the store.
- Ele estava procurando calças na loja.
- She bought new pants for the meeting.
- Ela comprou calças novas para a reunião.
Embora ambos os termos indiquem “calças”, trousers é mais usado no inglês britânico, enquanto pants prevalece no inglês americano.
Terceira parte: referências e bibliografia
Por fim, a obra apresenta ampla bibliografia, listando fontes utilizadas para compor os verbetes e exemplos. Dessa forma, o leitor tem acesso a um repertório sólido e confiável, construído a partir de material jornalístico e literário de peso.
O papel dos falsos cognatos
Falsos cognatos são palavras que parecem semelhantes em português e inglês, mas têm significados diferentes. Esse é um dos temas centrais do guia e um dos maiores obstáculos para estudantes.
- She was very sympathetic to his problems.
- Ela mostrou-se muito compreensiva com os problemas dele.
Apesar de se parecer com “simpática”, sympathetic significa “compreensiva” ou “solidária”.
Outro caso clássico é pretend, que não significa “pretender”, mas sim “fingir”.
- The children pretended to be superheroes.
- As crianças fingiam ser super-heróis.
Expressões idiomáticas e phrasal verbs
Além dos falsos cognatos, o guia também contempla expressões idiomáticas e phrasal verbs, áreas que frequentemente causam confusão.
- He ran into an old friend at the airport.
- Ele encontrou por acaso um velho amigo no aeroporto.
A tradução literal de ran into como “correu para dentro de” não faria sentido nesse caso.
- She gave up her career to take care of her children.
- Ela desistiu da carreira para cuidar dos filhos.
O verbo give up /ˌɡɪv ˈʌp/ significa “desistir”.
Diferenças culturais e históricas
Ainda que muitos considerem o inglês uma língua universal, há diferenças culturais e históricas que influenciam diretamente a tradução. O guia ressalta esse aspecto, mostrando como o latim deixou marcas profundas tanto no português quanto no inglês, mas de maneira distinta.
Assim também, o contato com exemplos históricos ajuda a compreender por que palavras semelhantes podem seguir caminhos semânticos diferentes ao longo do tempo.
A relevância do guia atualmente
É provável que alguns questionem se um guia desse tipo ainda é útil, já que atualmente temos aplicativos e tradutores online. Contudo, é importante destacar que essas ferramentas, embora práticas, não substituem a compreensão crítica da língua.
Enquanto os aplicativos fornecem traduções rápidas, o guia ensina a pensar em inglês, a questionar escolhas lexicais e a adaptar o texto conforme o público.
Em conclusão, trata-se de uma obra que continua sendo indispensável para quem busca precisão e clareza.
Leia também…
Cf. AMENITIES em inglês: guia completo com exemplos traduzidos
Cf. O significado de ASSERTIVE para você não errar mais
Cf. Falsos cognatos: quando as semelhanças atrapalham
Cf. Pronúncia de MAINTENANCE: guia completo para não errar mais
Opinião
Gostaria de saber sua opinião: você já conhecia o Guia Prático de Tradução Inglesa? As explicações e exemplos apresentados neste post ajudaram a esclarecer suas dúvidas? É provável que muitos já tenham se deparado com falsos cognatos em provas, entrevistas ou conversas.
Assim também, queremos ouvir de você: quais palavras ou expressões causam mais dificuldade? Compartilhar experiências enriquece o aprendizado de todos. Portanto, participe nos comentários e ajude a construir uma comunidade de estudo cada vez mais colaborativa.
Bons estudos! A gente se fala…
Conclusão
Neste post, analisamos o Guia Prático de Tradução Inglesa e mostramos por que ele continua tão relevante. Primeiramente, destacamos sua função como obra de referência para evitar erros de comunicação. Depois, exploramos sua estrutura, com seções que abordam teoria, verbetes e bibliografia. Em seguida, observamos exemplos de falsos cognatos, phrasal verbs e expressões idiomáticas que frequentemente confundem brasileiros.
Por fim, a obra prova que aprender inglês exige mais do que traduzir palavras isoladas: é preciso compreender o contexto, a cultura e as sutilezas da língua.
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O autor do Guia Prático de Tradução Inglesa
Agenor Soares dos Santos é diplomata aposentado. Formado pela UFMG, foi o primeiro professor de Inglês e Literatura Inglesa e Norte-Americana da PUC de Belo Horizonte. Seu Guia Prático de Tradução Inglesa é um desenvolvimento de estudo pioneiro de falsos cognatos que ele realizara em 1977, como monografia universitária. Agenor é lexicógrafo especializado em Inglês e em estudos comparativos como este e como o Dicionário de Anglicismos lançado em 2005. Dedica-se a trabalhos de orientação de tradutores – com destaque para a tradução literária – e tem em preparo outras obras dessa natureza.
Júlia, tudo bem?
Obrigado pelo feedback. Eu não sabia que ele estava fora de catálogo.
Abraços,
louanager
@teclasap como eu digo “assalto a geladeira?”