Pseudo-Tradução Simultânea? O que é isso?

Tempo de leitura: menos de 1 minuto

Ulisses Wehby de Carvalho

O que você faz quando tem dor de dente? Assim como a maioria das pessoas, suponho que você deva procurar um dentista. Acertei? E se o seu carro quebra? Você o leva ao mecânico, como quase todo mundo, não é? Peço perdão pelas perguntas idiotas no início deste texto, mas é que me incomoda  muito o comportamento de uma emissora de televisão que insiste em achar que a minha profissão pode ser desempenhada por qualquer pessoa.

dor_de_denteFoi ridícula e revoltante a cobertura da primeira coletiva de imprensa de Barack Obama feita pela Record News, na segunda-feira passada. Colocam no ar um jornalista que faz uma pseudo-tradução simultânea e o resultado, lógico, fica sem pé nem cabeça. Se o prejuízo fosse só dos telespectadores do referido canal, não haveria tanto problema para mim. O que me preocupa é justamente o efeito negativo que um trabalho desses causa no mercado de tradução simultânea como um todo e nos intérpretes profissionais. O estrago maior é justamente o fato de confundir as pessoas, que acabam achando que aquele troço é tradução simultânea. Não é!

Por que não contratar um intérprete de conferência profissional como fizeram os canais BandNews e GloboNews? Economia barata em tempos de crise? Desconhecimento? Se você também se incomoda com a questão, reclame no site da emissora clicando na aba “Fale Conosco”, à direita.

Se alguém acha que escrevo este protesto porque estou procurando trabalho na Record News, afirmo que a suposição não procede porque já atendo, com regularidade, outro canal de notícias, o BandNews, em transmissões dessa natureza e que são realizadas, evidentemente, no mesmo horário. Também não tenho nada contra a emissora nem contra sua direção, pois atendo a TV Record desde 2007, como já mostrei neste post.

CfDiscurso de Barack Obama no Rio de Janeiro

Em suma, o que me interessa, única e exclusivamente, é preservar a imagem do ofício que escolhi como meio de vida. Pergunto: você não faria o mesmo se fosse com a sua profissão?

Em tempo, clique em “Cada macaco no seu galho” para saber como se diz essa expressão em inglês. Encerro por aqui porque acaba de chegar o encanador. Garanto que ele não veio fazer a minha declaração de imposto de renda! 😉

Cf. Tradução Simultânea
Cf. Tradução Simultânea, Oscar e Porta dos Fundos

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Felix
Felix
2 anos atrás

A Record News acabou de fazer novamente, tradução simultânea ridícula do secretário de segurança dos EUA…. Q triste a RN ainda insistir em tradutores sem experiência….

Fábio Costa
Fábio Costa
13 anos atrás

É aquela história: cada qual no seu quadrado. A função de tradutor/intérprete exige uma qualificação específica. Não basta apenas ter um bom conhecimento de inglês. Tem a questão da técnica e da experiência. Ontem mesmo eu pude comprovar isso. Estava sintonizado na CNN acompanhando o discurso de Obama no Congresso. Estava conseguindo entender boa parte do que ele estava dizendo. Aí, de brincadeira, comecei a tentar fazer a tradução simultânea, traduzindo em voz alta o que ele ia falando. Mas aí, enquanto eu estava traduzindo uma frase, já perdia a frase seguinte.
Atualmente estamos assistindo a uma precarização das profissionais. Os profissionais qualificados estão sendo substituídos por tapa-buracos, mão de obra mais barata. Isso está acontecendo no jornalismo, na tradução, na dublagem.
A dublagem brasileira é considerada uma das melhores do mundo pelos próprios estúdios de Holliwood, mas ultimamente surgiram empresas de dublagem cobrando valores mais baixos e oferecendo serviços de má qualidade, com profissionais inexperientes.

Arthur Henrique
Arthur Henrique
14 anos atrás

[…]

Não estou menospresando o trabalho de ninguém! Só estou dando meu ponto de vista, mas isso também depende muito do profissional, se for bem qualificado, não há problema algum. Como também acho que apresentadores poderiam fazer uma tradução, quando o papel dele é de comunicador.

PS.: Me perdoe a escrita, mas é quase 6 da manhã e estou morrendo de sono.
PSS.: Quero que leia, mas sem ofenças (admiro seu trabalho, e sei como é ver uma Artista Plástica querendo dar uma de Jornalista).
PSSS.: Com meu comentário acima, não deixa de ser um lixo essas "traduçõeszinhas", mas não são jornalistas preparados. (Infelizmente).

Abraços!

Arthur Henrique
Arthur Henrique
14 anos atrás

Olá Ulisses, tudo bom?

Quando mais novo, advinha qual era a profissão que eu queria seguir? Interprete! Hoje eu estou focado em jornalismo. Concordo com o que você diz, cada um na sua área de atuação e sim, todos sem direito de se sentir ofendido, até mesmo por que quando vi a reportagem sobre a profissão de Jornalismo, queria morrer. Aqui na minha cidade, uma das principais "jornalista" é formada em Artes Plásticas! (Sem comentários). Se bem que se você pensar por um lado, jornalista, todos nós somos, o ato de você escrever uma redação já te faz um jornalista. Afinal, o que é um jornalista? Simplesmente uma pessoa que expõem suas opniões, e traz as informações de forma mais dinâmica. "Eu acredito" (minha professora de redação me mataria por isto) que um jornalista possa sim fazer traduções, numa entrevista a um estrageiro, por exemplo, muitos jornalistas não precisam de tradutores e uma pessoa que trabalha com a comunicação, pode traduzir uma entrevista, e etc.

(continua…) não coube tudo num post só!

gil
gil
14 anos atrás

Nem tudo se aprende em escolas esta reposta é mais especificamente para o professor de ingles. Eu falo Ingles fluente pois vivo nos Estados Unidos a vinte anos, ralando como se diz os brasileiros, ja vi pessoas altamente qualificadas de rede de TV brasileira falando abobrinha em ingles ou seja equivocando pelo fato de desconhecer o dia a dia da lingua. E obvio que estudar e fundamental, leia esta passagem abaixo que eu li quando crianca e nunca vou esquecer.

Um intelectual entra num barco pra atravessar um rio, este barco era dirigido por um barqueiro. Observando o barqueiro calado o intelectual pergunta ao barqueiro: Voce sabe biologia? o barqueiro diz não, ele diz eu sei – voce sabe filosofia? o barqueiro diz não, ele diz eu sei . -Voce sabe geologia? o barqueiro novamente diz não, ele diz eu sei . O intelectual diz ao barqueiro voce não sabe nada,eu sei tudo isto e algo mais. De repente o barco vira e os dois homens caem dentro do rio, o barqueiro entao pergunta ao intelectual, voce sabe nadar? Ele disse não , o barqueiro diz eu sei.

Luciano Monteiro
15 anos atrás

Realmente foi vergonhoso. Estava vendo um debate sobre a situação política na Venezuela e na Bolívia quando o programa foi interrompido para a entrevista. Os dois jornalistas que fizeram o acompanhamento cometeram todos os tipos possíveis de erros. Podem até ser grandes jornalistas e não duvido de que saibam muito sobre o Obama e a política americana, mas simplesmente não estavam preparados para o trabalho de interpretação.

Abraço

Luciano

Flávia Fusaro
Flávia Fusaro
15 anos atrás

Ulisses,

Parabéns pelo artigo e pelo profissionalismo – além de ser extremamente atualizado no idioma em si, você também está na vanguarda em relação à ética, orientando, apontando, esclarecendo e denunciando, quando preciso, particularidades da tradução e da interpretação.

Tenho certeza de que todos aqueles que se dedicam e dedicaram a uma especialização profissional e que levam a sério o trabalho que fazem compartilham de sua posição.

Minha opinião pessoal está distribuída entre os comentários de colegas que foram muito felizes em suas contribuições. Assim, não vejo necessidade de voltar a detalhes já tão bem analisados.

A discussão levantada foi bastante rica, já que não deixa qualquer sombra de dúvida em relação ao tema.

Obrigada por sua dedicação incansável à profissão!
Um abraço,

Flávia

Claudia
Claudia
15 anos atrás

Olá!

Sou estudante de Tradutor e Intérprete e estou em ano de formação. Apesar de não ter experiência nenhuma fora da faculdade com tradução simultânea, também compartilho o sentimento de revolta. É realmente frustrante ver a banalização do trabalho árduo do intérprete. E infelizmente é algo que ocorre com frequência, tanto na interpretação quanto na tradução. Já fui questionada diversas vezes com perguntas do tipo: “ué, mas você já fala inglês, fazer faculdade disso pra quê?”. Sempre haverá aqueles que não fazem noção da técnica por trás de tudo isso… Enfim.

Ulisses, queria parabenizar o seu trabalho. Este site tem me ajudado muito e me faz gostar cada vez mais da língua inglesa. Além disso, é sempre bom ver profissionais competentes dispostos a compartilhar seus conhecimentos.

Abraço,

Claudia.

Jamie Barteldes
Jamie Barteldes
15 anos atrás

Gente, mas que absurdo! Realmente o post do Ulisses veio em boa hora, pra ver se a mente das pessoas se abre um pouco mais, pra ver se elas podem pensar um pouco além de suas próprias profissões e entender o real motivo do Ulisses ter chamado a pseudo-tradução desta forma. Como você pode dizer que a tradução não foi de todo ruim simplesmente pq as pessoas conseguiram entender o todo do que estava sendo dito? Se eu estou assistindo um presidente falando, ou qualquer indivíduo e eu só quero entender as principais ideias, buscarei um resumo quando o discurso terminar. Não há motivo para uma transmissão ao vivo se não se quer entender cada palavra sendo dita. Ninguém quer nada meia boca, e a Record não contrata meio jornalistas, meio editores, porque então colocar no ar uma “meia tradução?!” Veja aqui a gravidade deste ponto. O tradutor é a voz do presidente em Português. Se ele comete algum erro ou perde alguma informação importante, não é ele que será lesado, mas as palavras do presidente, e o pior de tudo: milhões de telespectadores. E dizer que estes não foram lesados é um absurdo! Isso é como afirmar que um médico que só cura os sintomas mas não cura a causa deles, a doença, não foi tão ruim, pelo menos tirou a dor. Não se vive no mundo realmente profissional de “pelo menos”.

Saber um idioma estrangeiro, conhecê-lo em suas mais íntimas entrelinhas é tarefa de décadas, com exercício diário pois as línguas mudam. E se existe alguém realmente preparado para uma situação como o discurso de um presidente, é o tradutor. E assim como de médico e louco todo mundo tem um pouco, grande parte das pessoas que tem fluência no idioma se acham perfeitamente capazes de assumir a profissão de tradutor. Traduzir não é verter uma informação de uma língua para outra, é entender seus contextos, compreender profundamente suas estruturas e, como um poeta, escolher as melhores equivalências na língua de chegada, que também deve ser estudada a fundo.

E tem mais, dizer que o Inglês ao contrário do que acontecia ha algumas décadas não é mais privilégio de poucos é bastante equivocado e só reforça a profissão de tradutor. Cada vez mais pessoas ACHAM que falam Inglês. Aprendem a se comunicar, conseguem fazer compras em New York sem problemas, passar as férias na Disney e até ler “Marley and Me” no original, mas não sabem que na verdade falam “Globlish”, o Inglês internacional que o mundo consagrou para que o comércio pudesse acontecer de forma mais flúida. Cada vez menos pessoas conhecem as línguas estrangeiras a fundo , assim como são cada vez mais raros os brasileiros que não compreendem todos os gêneros textuais de seu próprio idioma. Nunca se precisou tanto dos tradutores – e nunca se criticou tanto. É absolutamente ridículo ir para um congresso e ver pessoas fluentes na língua com um só fone de ouvido, uma orelha na palestra, outro na tradução, só para puder falar mal do menor “deslize” que possa vir a acontecer. Mas ninguém tem coragem de encarar a cabine e é por isso mesmo que se paga tão bem o tradutor simultâneo. A pressão é assustadora, o tempo para resposta é curtíssimo e o tradutor sai da cabine um caco só. E faz o trabalho bem feito. Mas ele estudou anos, tanto Inglês, quanto as milhares de técnicas envolvidas no processo de transformar uma informação em algo acessível a um grupo leigo na língua.

Pode ser que o Seu José tenha de fato ficado bem feliz com a tradução do discurso, provavelmente ele não deveria nem estar escutando, ouvia uma palavra ou outra entre uma garfada e outra da comida. Mas quem depende daquela informação para sua vida saiu, sim, MUITO lesado.

Perdoem-me por ter escrito tanto, mas realmente me indignou muito.

Juliana
Juliana
15 anos atrás

Meu mestre! Com você aprendi muito do que sei com tradução… E ainda aprendo…
Achei o máximo o que escreveu em seu blog sobre nossa profissão e como as pessoas acham que conseguem realizá-la sem o mínimo de esforço…
É um erro total saber que existem pessoas que só por terem morado ou estudado Inglês fora do país por 6 meses acham que são Intérpretes ou Tradutores.
Se liga, meu! Se somente isso fosse preciso para ser um tradutor, não existiria curso universitário formando profissionais nessa área.
Ulisses, estou contigo e não abro…

Geremy
Geremy
15 anos atrás

Obrigado pela resposta Ulisses.

Silvia Marques
Silvia Marques
15 anos atrás

Eu assisti pela Band News, lá eles sempre contratam intérpretes de primeira 😉

Ulisses, não posso comentar sobre a Record News porque aqui em casa não tenho esse canal, mas já vi bizarrices feitas por jornalistas em outras ocasiões e só digo uma coisa: Cada um no seu quadrado! Assim como nós não chutamos os jornalistas de suas bancadas para noticiar os acontecimentos do dia, seria de bom tom se eles também não usurpassem a nossa função. Colocar um jornalista como intérprete é uma economia porca e lamentável, e que desprestigia a nossa profissão, que exige tantos anos de estudo, dedicação e aperfeiçoamento. Fica parecendo que é um mero quebra-galho, que qualquer um com um inglês mais ou menos pode fazer.

Abraços

Manuel Sant'Iago Ribeiro
Manuel Sant'Iago Ribeiro
15 anos atrás

Boas noites de Lisboa 🙂
Pois é Ulisses, por cá tb acontece muito…e claro que tb aconteceu com com o Obama, more’s the pity…e tal como no seu caso, tb não prego por mim, pq enquanto o fazia num canal, noutros eram jornalistas que assassinavam o que ele dizia!
Quanto aos que se dizia atrás sobre:
“vivência no exterior com total fluência em outros idiomas .qual e o problema deles traduzirem algo ” …alguém disse um dia que pretender que basta saber línguas para interpretar é como pretender que basta ter mãos para tocar piano :..:-)

Abraço!

Cici Leme
Cici Leme
15 anos atrás

Ulisses:
Parabéns pela resposta ao Narcelo.
Os profissionais das áreas de ensino da língua inglesa, ou tradutores e intérpretes precisam ser mais valorizados no país. Eu, por exemplo, dou aula em ensino médio (particular) e os meninos às vezes me dizem: professora, se quiser eu dou aula! Estou voltando de um intercâmbio de um mês nos EUA!
Ou, nas escolas de idiomas, alguns professores nativos são contratados e mantém a agenda cheia por serem super valorizados. Não importa que eles mal saibam escrever (e já vi muito disso). O que importa é que são nativos. Dão aulas medíocres achando que merecem melhores salários que profissionais brasileiros graduados, pós-graduados e com um nível de conhecimento certamente melhor que o deles.
Isso realmente tem que acabar!

Marcelo Anicio
Marcelo Anicio
15 anos atrás

Bom entendi muito bem o conteúdo do post e fico admirado vendo que temos um espaço para comentar o post e infelizmente o comentário tem de ser positivo ao contrário gera discussão o que reafirma a tese do ego narcisista mais ok.

“Não teríamos como saber o que se passa na cabeça de outros milhares de tele-espectadores”

Realmente por não sabermos o que se passa na cabeça de milhões de pessoas não devemos afirmar que algo foi bom ou ruim apenas por se sentir lesado pois como o sr mesmo disse e uma opinião pessoal: “Não teríamos como saber o que se passa na cabeça de outros milhares de tele-espectadores”!

“Foi uma tentativa porca de se fazer simultânea. Ficou um lixo!”

Sim como sabemos o Senhor Tem o embasamento para falar sobre tradução, mas não pode afirmar que o trabalho foi um lixo. Milhões de pessoas viram e entenderam o que realmente importa não e?
E uma pena ver uma pessoa de um intelecto avantajado desmerecendo o trabalho de outrem.

Contudo peço desculpas se o Sr ficou ofendido não tive a mínima intenção, apenas fiz uma crítica como usuário assíduo do site e admirador do seu trabalho e acredito que o espaço “comentário” também tem essa função, ou estou enganado?.

Narcelo Anicio
Narcelo Anicio
15 anos atrás

Bom dia Ulisses,

Bom gosto muito do seu trabalho como já havia mencionado anteriormente, mas descordo deste post.Bom minha opinião e que no Brasil ,o “Inglês” uma coisa tão comum e usual em outros países, e uma coisa elitizada.Eu não acho q a chamada “pseudo –tradução”feita pela Record me lesou como telespectador pois entendo que o foco jornalístico era bem político e haviam pessoas bem formadas e aptas a comentar sobre os fatos,ouse seja,não havia um foco necessariamente lingüístico.Respeito e admiro muito sua profissão e entendo que vocês queiram garantir o pão de cada dia mas o fato, e que o conhecimento esta se disseminando no mundo ,o inglês não é mais o privilégio de poucos como nas décadas anteriores.Posso esta equivocado,mas acredito que não estou sozinho.a impressão que dá e que pessoas que como você dominam o inglês , acabam se julgando os dentetores do conhecimento e as vezes se sentem ofendidos com o fato do mundo estar deixando de ser “Burro”.A Record News possui profissionais formados e com vivência no exterior com total fluência em outros idiomas .qual e o problema deles traduzirem algo mesmo que consecutivamente colocando a tradução em um formato digamos “mais jornalístico”?Talvez o Seu José que chega em casa as 10 da noite cansado com um dia de serviço não queira ouvir um decurso de 15 min na integra e queira apenas saber tos pontos de seu interesse.

Muito obrigado parabéns pelo trabalho aqui no TS,Marcelo

Geremy
Geremy
15 anos atrás

Ah, me desculpe se ofendi alguém, jamais seria a minha intenção e de fato não é! Abraços

Geremy
Geremy
15 anos atrás

Pessoal, já vou pedindo desculpas antes mesmo de fazer um comentário. Como sou usuário ‘ativo’ do blog e do fórum Tecla Sap, me interessei por mais este post.
Vamos lá, tenho algumas dúvidas a respeito deste assunto, até porque sou apenas estudante de inglês e utilizo o idioma no meu trabalho para a comunicação com outras pessoas no exterior, ou seja, sou totalmente leigo quando me refiro a Tradução Simultânea.
Eu assisti por alguns minutos esta coletiva do Obama na Record News, mas como eu sou leigo neste assunto de Tradução Simuntânea, gostaria de saber o que aconteceu para vocês terem levantado a questão de que aquilo não foi uma tradução simultânea e sim uma pseudo-tradução simultânea? Não estou dizendo que vocês estão certos ou o jornalista está certo, apenas gostaria de entender o que realmente aconteceu? O que ele fez ou deixou de fazer que não deveria ou deveria ter feito? Será que foram os consecutivos HMMM / ÉÉÉÉ que a Jamie citou? (Confesso que não reparei nisso). Lembrando que não assisti até o final da coletiva, então não sei se para ‘leigos’ no assunto como eu, o fato foi notório.
De qualquer forma, defendo a posição que deve-se contratar profissionais de verdade para tal atividade. Trabalhano na área de Informática e nesta área acontece muito de pessoas que “acham que entendem”, e acabam sendo contratados por clientes que os preferem por serem mais “baratos” ou até sem custo algum.

Jamie Barteldes
Jamie Barteldes
15 anos atrás

Reclamação extremamente válida. As pessoas não sabem o que é tradução simultânea além de um monte de “hummms” e “ehh..” por causa de atitudes assim. Reclamação enviada.

francisca
francisca
15 anos atrás

Concordo com tudo descrito no artigo e com o que diz Cristina. Ainda que formada tradutora e interprete nao exerci a parte 2 da formação. e sempre que me requisitavam no local de trabalho para esta atividade eu recusava. assim como recuso tambem dar aulas de portugues ainda que com formação para tal. profissionais competentes possuem bom senso e ética. os incompententes aproveitam as lacunas dos empresários corruptos e salafrários e embarcam feito mercenários sem ter o mínimo de preocupação para com a finalidade da profissao: a fidelidade de informação/conhecimento. Contribuem assim para um para a proliferação de uma sociedade mais medíocre, desinformada e desprovida de cultura.